Hotel Fazenda Araras

Neste Réveillon resolvi sair do tradicional e marquei alguns dias em um hotel fazenda aqui perto, a 2 horas de casa, o Hotel Fazenda Araras. Um hotel simples com um preço convidativo, que darei maiores detalhes mais abaixo.

VIAGEM DE IDA

Começamos nossa viagem a partir de Sobradinho, depois de deixarmos Gabriel e a família canina na casa da avó. De lá são 1 hora e 30 minutos até no hotel, sendo que desses, 20 minutos são de 10km de estrada de terra, que considerei em bom estado. Algumas partes você tem que passar devagar, mas na sua grande maioria dá para andar entre 50 a 60km/h. Claro que à noite, requer-se um cuidado maior. Todo o caminho é sinalizado com placas até a entrada do hotel.

Chegamos ao anoitecer, aproveitando os últimos raios de luz. Quem me atendeu foi o Sr. Ivo, dono e administrador da fazenda hotel. As diárias lá começam e terminam às 17:00 (pelo menos no pacote de Réveillon que comprei).

O Hotel possui 2 tipos de quartos, o Arara Amarela e o Arara Azul. O primeiro é menor, possui cama de madeira e estacionamento coletivo; já o segundo é maior, mais afastado da área de lazer, cama box e estacionamento privativo.

O quarto que nos foi atribuído era um pouco mais afastado da área de lazer (foi desejo meu, enviado por e-mail), tinha tamanho razoável, uma TV, Ar Condicionado (não era split), frigobar e um pequeno armário e estava arrumado para nossa entrada. Notei que o quarto possuía apenas 1 tomada (2, contando com a do banheiro) disponível, as outras estavam sendo ocupadas pelo Ar Condicionado, TV e frigobar. Portanto, se você é daqueles que tem vários equipamentos para carregar, é melhor levar uma régua. Como não havia levado, tive que carregar um celular no banheiro, outro enquanto não usava o Ar Condicionado, etc... pois a tomada que ficava no meio do quarto estava dedicada ao Protector de insetos.

Deu para notar também que o quarto há muito tempo não era usado, pois havia teias de aranha em vários lugares, inclusive dentro do armário. Achei também algumas aranhas, daquelas de pernas bem finas e duas aranhas maiores (parecendo aquelas aranhas de jardim), atrás da cama e atrás da porta. Imagino que se o quarto fosse bem limpo e preparado adequadamente para nossa entrada, isso teria removido tais aracnídeos. Podem até serem inocentes, mas não gosto da idéia de um bichinho desses subindo em mim ou na minha filha enquanto dormimos.

Depois de nos instalarmos e tomarmos um banho rápido, fomos ao restaurante. O jantar estava servido e estava muito bom. Nada excepcional, mas boa variedade, o suficiente para todos os gostos. Comida caseira no fogão à lenha e panelas de barro/metal. As bebidas não estavam incluídas no pacote. Sobremesas incluídas, basicamente alguns tipos de doce de leite e um queijo minas padrão.

SÁBADO

Amanheceu com muita chuva. Nesses lugares a chuva não deixa a gente fazer muita coisa. Não estava muito forte, mas constante. O café da manhã estava bem servido, tivemos que correr pois todos dormiram demais e chegamos quase já no final (termina às 10:00), Bia foi de pijama enrolada no lençol !

Depois do café, ainda com chuva fraca, levei Bia para ver os bichinhos da fazenda. Logo na saída havia uma arara amiga (existem outras duas muito bravas, não se pode nem chegar perto), que não se importava em subir no nosso braço (às vezes até pedia !) e dar umas beliscadas. Tive que pegar o casaco da Cris para ela beliscar ao invés da minha pele. Bia adorou a amiga Arara, que por muitas vezes se recusava a voltar para o poleiro dela.

De lá, fomos ver os outros bichinhos, os cavalos, as galinhas, o búfalo, os patos e os bezerros. Logo depois a chuva deu uma trégua e Bia pôde passear de pônei, que fica grande parte da manhã e também da tarde disponível para quem quiser (assim como a charrete, que não foi montada nesta manhã). Não tem horário fixo para saídas, é só chegar no curral para passear. Os cavalos são super dóceis e seguem o percurso já automaticamente, é perfeito para crianças, mas ruim para aqueles que gostam de controlar o cavalo e fazer um passeio mais interessante.

Depois de alguns passeios, voltamos e esperamos o almoço ser servido (que acontece às 13:00). Enquanto o restaurante não era aberto, ficamos enrolando por perto, deitados na rede, balançando no balancinho perto do salão de jogos e vendo muitos passarinhos. Enquanto isso algumas pessoas estavam estressadas reclamando que o almoço era servido muito tarde. Pra mim estava bom...

O almoço estava bem caprichado, com uma certa variedade. Tudo típico da roça e em panelas de barro. Também estava muito gostoso. As sobremesas é que deixaram a desejar: doce de leite variados com um queijo minas padrão. Não sou mais adepto a sobremesas (costumava provar várias), mas uma variação seria bom, não acham ? No mínimo colocassem uma opção menos doce para quem está evitando tais pecados...

Terminado o almoço, a chuva deu uma trégua e voltamos para a frente do hotel. Cris foi para o quarto, e a charrete havia sido montada. Bia e eu demos uma voltinha nela e ela também adorou. depois pegamos o Frederico, um cavalo para fazer outra cavalgada.

      Depois da cavalgada, colocamos nossas roupas de banho e fomos para a piscina, com a nova super boia de Unicórnio (a paixão dela) da Bia. O hotel possui várias piscinas, mas como o tempo estava instável, entramos na piscina coberta, que supostamente era para ser aquecida, mas que não estava. Depois do choque inicial a água ficou excelente e brincamos muito lá. Bia depois quis experimentar outras piscinas, mas foi rápido, pois estava frio e a água delas mais ainda. A única aquecida que tinha era pequena e funda, com a água já meio turva e enchia fácil, com crianças pulando e escorregando, o que incomodava muito, e resolvemos sair. 

Depois de um bom banho, já no início da noite, ficamos brincando nos balanços e com os bichinhos da fazenda antes do jantar, que não mudou muito para o do dia anterior, principalmente as sobremesas, que eram as mesmas.

DOMINGO


O dia já amanheceu ótimo, sol e calor. Acordamos tarde, perto da hora do café da manhã acabar, mas fomos sem pressa. Depois do café, os bichinhos já estavam nos esperando, fomos logo fazer uma cavalgada (que a Bia adorou) e depois andar de pônei e Charrete. Desta vez, Cris nos acompanhou na cavalgada.

De lá fomos ao lago conhecer como é a pescaria, mas não levamos vara de pescar, somente para conhecer também. O hotel possui um sistema de pesca esportiva, você pode pescar à vontade e devolver os peixes (que é de graça), mas pode também preparar um prato com o peixe que você pegar lá por um certo preço (que não me lembro qual é).

Resolvemos então aproveitar o dia ensolarado para dar um pulo na outra piscina. Bia vestiu sua roupinha de banho e nos deliciamos na água fria da piscina maior, que estava muito boa e limpa (bom, até chegar de noite e... vamos devagar, continue lendo...) . Enfim, um ótimo final de manhã.

Depois do almoço, Cris foi para o quarto enquanto eu tentava convencer a Bia a dormir para descansar e se preparar melhor para o Réveillon, mas essa menina estava impossível, muito eufórica, só queria brincar, balançar nos balanços, etc... fomos então para o curral, onde ela deu outra voltinha de pônei, puxado por mim mesmo. Daí, emendamos nos cavalos maiores para outra cavalgada. Quem diria... a cavalgada estava tão boa que no meio dela eu senti a Bia balançando muito. Quando olhei, ela já tinha caído no sono !



Enquanto Bia dormia, fui fazer um lanchinho básico na lanchonete do hotel, que vende coisas simples, e achei um perfeito que cabia na minha dieta: ovos com mandioca cozida. Aproveitei também para ler um pouco do meu livro.

Com a menininha acordada novamente, voltamos para a área de lazer do hotel e a levei em um parquinho de areia (ela adora areia!), com alguns brinquedinhos como balanços e escorregadores. É claro que ela aproveitou e inclusive conseguiu um amiguinho para brincar junto.

De lá, depois de dificilmente a convencer a sair da areia, pegamos uma manga que caiu de uma das mangueiras e a levamos à nossa amiga Arara que estava em seu cercado. Vimos também o peru (muito bravo e neurótico) e para nossa surpresa, um papagaio resolveu fazer amizade conosco. Para onde íamos, ele nos seguia pela cerca. Ficamos um tempão por lá e ele sempre nos acompanhando.

Numa certa hora, apareceram algumas família e todos resolveram ir conhecer o lago de pescaria. Uma delas tinha uma filhinha da mesma idade da Bia, as duas deram as mãos e foram caminhando, uma ajudando a outra pela trilha até o lago. Muito lindas !

Voltamos assim que o sol foi embora, já precisando de uma lanterna para iluminar nosso caminho e desviar de umas plantinhas espinhosas. Agora era só esperar para o Réveillon, mas antes o hotel serviu um caldo e uma galinhada no início da noite para o pessoal matar a fome até a ceia.

RÉVEILLON

Nosso pacote de estadia no hotel incluía uma grande Ceia de Réveillon, com bebidas (incluindo vinho nacional), sobremesas e show de fogos de artifício. A princípio a proposta é muito boa, mas pena não ter sido executada devidamente, o que tornou uma experiência ruim para um Réveillon, principalmente porque não tínhamos outra opção. Mas vamos devagar...

Chovia à noite. Fraco, mas o suficiente para não dar para ficar ao ar livre. Ficamos de fora do restaurante, mas mesas do bar esperando que o mesmo fosse liberado, pois não tinha mais o que fazer. Bia se distraiu brincando por lá com um jogo de damas e também fazendo o que toda criança de 2 anos faz: correr e brincar com qualquer coisa. Fomos no salão de jogos, onde estão algumas mesas de sinuca e totó, mas para jogar é necessário comprar fichas. Brincamos no Pingue-Pongue e o que deu por lá. Na piscina, vimos o que mais acima comentei que postaria aqui: uma rã se deliciava tomando seu banho nas margens e mergulhando quando alguém passava por perto... aff, se eu soubesse não teria entrado nela com a Bia ! Mas fazenda é assim mesmo !

O salão do restaurante estava muito bonito e bem decorado. Estavam terminando de enfeitá-lo, dava para sentir o cheirinho da comida lá de fora, e o pessoal começou a se juntar lá fora, com fome e já quase sem paciência. Afinal, já passavam das 23:00 e nada. Já lá pelas 23:30, todos já haviam formado uma fila para entrar, pois todos queriam pegar uma boa mesa para a ceia e estavam todos já preocupados com o horário.

A porta do salão foi aberta às 23:50 ! Inacreditável ! Todos queriam entrar logo, afinal, já estava quase na hora ! Mas as surpresas não pararam por aí, depois que todos se sentaram, o dono do hotel começou a fazer um discurso, passando o microfone para várias outras pessoas. Mas ninguém queria ouvir não, era hora de comemorar, estávamos apreensivos não só de fome, mas do horário...e de repente ele pega o microfone e começa a contagem regressiva: 2, 1.... isso mesmo.. de supetão, a contagem regressiva para o ano novo começou no 2 ! Acho que ninguém entendeu de início, mas depois todos comemoraram... o show de fogos (se é que teve), ficou esquecido, visto que a fome e a pressa estava atacando todos lá dentro. Eu só ouvi alguns poucos fogos, nada para ser considerado um show de fogos de artifício...

Só então começaram as "comilanças", a ceia estava liberada. O pessoal, com uma fome de leão já fez logo a fila para se servir. Havia muita variedade de carnes e comidas típicas de Réveillon, e todas muito gostosas e bem feitas. Depois de servido, me levantei para pegar as bebidas. Como um amante de bons vinhos (não sou expert não, mas gosto muito), estava já esperando para pegar meu espumante, próprio para essas ocasiões. Chegando lá, pedi um, mas fui surpreendido ao ser informado que o espumante havia acabado !!! Como assim ? No início da festa ? Será que compraram apenas 1 garrafa ? Pedi então para colocarem um vinho tinto seco em uma taça nada apropriada para este tipo de vinho. Mais outra surpresa: não consegui tomar nem mesmo um gole inteiro, o vinho era um tal de Pérgola, um desses vinhos de mesa mais baratos que se vende por aí, tipo vinho de mesa, horrível !

Mais tarde, voltei lá e vi que já haviam conseguido mais espumante, e então aproveitei para pegar logo duas taças, e estava certo ao fazer isso, pois quando voltei para pegar mais, o espumante havia acabado em definitivo. Achei um absurdo terem servido tão pouco espumante e um vinho de tão péssima qualidade, existem opções baratas e excelentes no mercado hoje.

Outra coisa que notei foi que a reposição dos alimentos estava muito lenta, então algumas carnes ou sobremesas acabavam e demoravam para ser repostas. Algumas pessoas chegaram a pensar que não iria ser mais servido mais e até foram embora, mas cedo ou tarde aparecia outro chester ou outra torta na mesa.

E foi assim que terminou nosso Réveillon, comida boa, com pouco vinho e sem contagem regressiva.... kkkkk

Volta para casa

Na segunda, nossa volta não teve muita coisa diferente. Podíamos fazer o checkout às 17:00, mas Cris queria voltar logo pela manhã para casa (ela não curtiu muito o hotel fazenda não), então perdemos praticamente um dia inteiro para aproveitarmos um pouco mais do hotel. Arrumamos nossas malas logo depois de acordarmos, tomamos café da manhã, nos despedimos dos animaizinhos amigos da fazenda e voltamos para casa.