Cachoeiras em Cavalcante

Aproveitamos o feriadão para passar uns dias em Cavalcante, bem pertinho, ali na chapada, para tomar banho de cachoeira e fazer umas trilhas ! Vamos ver como foi ?

No feriadão do dia das crianças, resolvemos, de um dia para o outro, pegar umas cachoeiras. Essa época aqui em Brasília é ótima para fazer esse tipo de passeio, pois é uma época que não chove. Aqui ficamos 3 a 4 meses sem chuva, e estávamos praticamente no final dessa temporada da seca, e resolvemos aproveitar.

Cavalcante fica a mais ou menos 300Km de Brasília, a idéia era passar o feriadão do dia das crianças por lá, mas nós voltamos mais cedo, pois Bia fazia questão de fazer a corridinha TaguaKids no dia das crianças (uma terça feira), então partimos no sábado pela manhã com colegas nossos e voltamos na segunda-feira no final da manhã. Rodamos em estrada tranquila, até chegarmos em Alto Paraíso de Goiás, onde encontramos com nossos amigos e seguimos caminho até Loquinhas.

CACHOEIRAS LOQUINHAS

Loquinhas fica pouco mais de 4km de Alto Paraíso. Lá, pagamos por volta de R$ 30 por pessoa (Bia não pagava, só a partir de 12 anos), e seguimos as trilhas (que são três), que não sei nem se dá para considerar como uma trilha, pois é um caminho totalmente feita de madeira, com corrimão e tudo mais.


Nessas "trilhas", as crianças foram até de chinelo, de tão tranquilo que é. O local é muito bonito, possui mais ou menos 18 poços onde você pode nadar ou tomar banho. Alguns bem rasos, mas outros a ponto de você não conseguir colocar o pé no fundo.

Como fomos em época da seca (já no final, as chuvas estavam começando ainda), segundo o rapaz que nos atendeu na entrada, os dois poços localizados mais longe estavam secos. Então ficamos nos outros mesmo. Cada poço que você vai é totalmente diferente do outro, alguns são mais disputados que outros, mas em qualquer um que você for, vai gostar. Tranquilidade e natureza é uma dupla perfeita para passar uma manhã.

Seguimos a trilha e fomos entrando em cada poço que encontramos, passando algum tempo em cada um deles. Os mais fundos, dava para nadar tranquilamente, aquela água gelada de rio, água transparente, muitos peixinhos e girinos. Logo no primeiro que paramos, vi um sapinho pequeno camuflado em uma pedra, e Bia já meteu a mão para pegá-lo. O colocou na mão, mas ele pulou e fugiu, sumindo no rio, o que a deixou triste.

Alguns poços nós passamos direto, deixando para entrar na volta, pois estavam muito cheios, mas não deixamos de entrar para conhecer, pois cada um é bem diferente do outro e vale a pena, mesmo se estiver meio "populoso".

Em um deles, como a Bia estava triste pelo sapinho ter fugido, eu achei uma parte com vários girinos. Com cuidado consegui pegar um deles e dei para ela, que ficou super feliz e não queria tirar o bichinho da mão. É claro que depois ela devolveu para o rio, mas a felicidade de ter o girino foi grande.

Uma coisa que é bom ficar atento ali, é que o parque possui 3 trilhas. Uma delas é essa com a maioria dos poços e é a que o pessoal mais vai, mas logo na entrada, a trilha se divide e resolvemos entrar na outra para ver como era, e ali pertinho encontramos um pequeno poço, sem ninguém, muito gostoso e tranquilo de tomar um banho.

Ficamos em Loquinhas até depois do horário do almoço e depois seguimos para Cavalcante, para darmos entrada na Pousada.

POUSADA ARUANA

A pousada que escolhemos chama-se Aruana e fica dentro de Cavalcante. Se você olhar no mapa, verá que fica mais afastado do centro, mas o que posso dizer é que Cavalcante é uma cidade muito pequena, qualquer lugar ali é perto.

Ficamos apaixonados pela Pousada. Possui um pequeno estacionamento interno, a recepção fica em uma estrutura grande, onde tem o restaurante e a recepção ali, e é muito parecida com uma varanda gigante, onde as únicas partes fechadas é a recepção e a cozinha. As mesas, sofás e poltronas ficam nessa parte coberta e aberta.

Em frente a essa estrutura tem um pequeno espelho d'agua com uma queda d'agua artificial, onde Bia achou 2 sapinhos morando lá, e essa foi uma das maiores alegrias dessa pousada para ela. Ela pegou um borrifador de água que usamos para o cabelo, e todo tempo que ela tinha livre era para ficar ali borrifando água nos sapinhos para eles se refrescarem (mais do que já estando na água, rs...).

E por falar em café da manhã, este é muito caprichado. Várias opções das mais normais que conhecemos, mas você pode pedir algumas opções para serem feitas na hora diretamente na cozinha, como ovos mexidos, omeletes e tapiocas. É bom ressaltar que eles tem uma tapioca com massa de ervas finas que é simplesmente deliciosa ! Não deixe de provar !

O resto do hotel é como um quintal gigante, onde são distribuídos os chalés. Cada um parece ter 3 ou 4 quartos, são do estilo simples, nada de luxo, mas muito bons, espaçosos e confortáveis. Dentro deles, alguns mimos que não encontramos em outros hotéis, como uma moringa de água na mesa, repelente elétrico, mata-inseto, guarda-chuva, vela e fósforos. Não possui armário, mas tem uma pequena estante com um cabideiro e umas prateleiras que já ajudam.

No nosso quarto, como não tinha cama de casal, apenas 3 de solteiro, eles já juntaram 2 das camas de solteiro e colocaram um colchão de casal por cima. Solução prática e eficiente.

Neste quintal, entre os chalés, existe muitas árvores, o parquinho infantil estava em reforma nesta época que fomos (que pena), mas não atrapalhou em nada. O pouco tempo que tínhamos para ficar na pousada foram ocupados com os bichinhos de lá.

Nesta época, aconteceu também de a região estar "infestada" por uma borboletinha amarela pequena. Se a gente balançasse uma árvore, parece que estava chovendo, mas eram as borboletinhas que saíam voando e eram tantas que te envolviam toda. Parecia até cena de algum de filme. Depois me informaram que essas borboletinha estava virando praga na região, que vieram da África e que estavam destruindo lavouras por aqui com o pó que soltavam.

Algo que me deixou muito triste, mas não em relação à pousada, mas sim com relação à cidade, era o número de cachorrinhos de rua. Eram vários que encontrávamos, alguns entravam e passeavam na pousada, e eram tão carentes de carinho que, quando dávamos uma atenção para eles, ficavam nos seguindo durante um tempão esperando mais, pedido atenção, carinho. Dava dó de vê-los largamos por lá, gostaria de ter condições de cuidar deles.

A pousada tem um espaço onde toda noite (as duas que ficamos lá) acendíamos uma grande fogueira, onde passávamos o tempo conversando com os amigos, tomando um vinho e petiscando enquanto as crianças ficavam brincando e alimentando o fogo (o vinho e petiscos eu comprei no mercado da cidade, pertinho, as taças a pousada nos forneceu!). Até a chuva ajudou, pois só choveu depois que nos recolhemos.

TRILHA VEREDAS

No domingo, saímos depois do café da manhã e fomos até a Pousada Veredas. Lá, passamos de carro por dentro da Pousada, e seguimos uma pequena trilha que nos leva a um estacionamento, bem em frente a outra trilha que só se pode subir de carro 4x4 (existe uma equivalente para pedestres também, mas carros 4x2 não sobem na de carro). Deixamos meu carro (4x2) ali e fomos todos no carro de nossos amigos (4x4), até um estacionamento mais acima, onde deixamos o carro deles também e seguimos a pé.

Esta trilha possui diversas cachoeiras. Resolvemos seguir até a mais distante, no final da trilha e foi a decisão mais correta, ou até perfeita para nós, já explico o porquê.

A trilha não é difícil, embora seja um pouco longa (mais ou menos 2,2Km cada trecho), as crianças não reclamaram nem um pouquinho, mesmo estando de chinelo. Alguns pontos a subida é um pouco íngreme, mas nada demais, a maioria da trilha é mais plana e de chão batido.

No final dela, temos a Cachoeira Veredas. Uma queda d'agua de uma altura considerável (mas nada igual a essas que caem de alturas espetaculares) e que faz alguns poços em sua base, onde podemos nadar. Para chegar até embaixo da cachoeira você tem que subir por algumas pedras e eu não recomendaria isso para as crianças, muito cuidado é necessário ali, pois várias pedras são escorregadias.

As crianças ficaram ali embaixo onde os poços estavam repletos de peixinhos, que estavam alheios à nossa presença. Em alguns momentos eu mergulhava e vários deles vinham beliscar minhas orelhas.

Eu aproveitei também para escalar um pouco as pedras e chegar para chegar até a base da cachoeira. Lá encontrei uma pequena cavidade na pedra onde as plantas e as raízes de plantas que ficam mais em cima das pedras cresceram, formando um acolchoado na pedra e também colunas mais grossas que uma corda. Algo que não tinha visto ainda.

Fizemos um lanchinho ali (nada de lixo, levamos sacolas para os restos), e quando todos cansaram de aproveitar a natureza (difícil cansar disso, não é?) voltamos para a trilha. No meio dela, viramos à direita, pegando uma trilha para a Cachoeira Toca da Onça. Ali, chegando mais perto da cachoeira, percebemos que essa trilha chegava por cima dela, e para passar até chegar embaixo, teríamos que passar por pedras grandes, algumas no meio do riacho, subindo algumas escadas que colocaram ali para facilitar, mas que com crianças e ainda de chinelo não era muito seguro de se fazer.

Como eu estava de bota própria para trilha, deixei a turma voltar pela trilha por onde viemos e segui essa trilha que passa pelas outras cachoeiras. Ali constatei que realmente as crianças teriam muita dificuldade de passar. Talvez se estivessem de tênis daria, mas não como estavam, haviam pedras bem grandes no caminho e lugares mais perigosos para elas, como precipícios que devemos tomar muito cuidado, pois não tem proteção, uma criança correndo ali distraída é um cenário totalmente incompatível.

Mas descobri nessa minha "escapulida" lugares lindos, são várias cachoeiras ali, todas pertinho uma da outra, e cada uma bem diferente. O Poço Encantado é uma cachoeira muito diferente, com uma queda que desce pelas pedras altíssimas, chegando a um poço que tem uma cor marrom nas bordas e um tom muito escuro no centro, indicando que deve ser bem fundo por ali. Para chegar nele tive que pular algumas pedras gigantes e também passar por outras, um caminho um pouco difícil para as crianças.

A cachoeira da Onça já é bem diferente, pois é mais rodeada por matas, ao invés das pedras. Ali, eu me perdi um pouco, pois voltei pela trilha até uma encruzilhada, achando que a saída era por ali, mas tive que voltar pela cachoeira do poço encantado, por uma trilha um pouco mais escondida, até uma ponte que parecia daqueles filmes do Indiana Jones, com várias tábuas faltando.

Logo depois da ponte, cheguei no estacionamento onde o resto da turma estava me esperando para voltarmos. Ufa, que aventura !

ALDEIA CAYANA

Na volta, paramos para dar uma conferida na Pousada Aldeia Cayana, uma pousada ali perto que consideramos ficar antes de nos decidirmos pela Aruana. O lugar ali parecia meio abandonado, ninguém na recepḉão, em lugar nenhum. Até os chalés pareciam abandonados, exceto um deles que duas pessoas estavam nas redes conversando.

Andamos pela pousada até uma pequena trilha no final, que nos leva a um rio que passa ali perto. O rio é "relativamente" grande, e as águas bem tranquilas. Um caiaque ou uma canoa ali dá pra fazer um bom passeio ! Foi bem legal conhecer o local, mas para ficar hospedado, a pousada que escolhemos era muito melhor.

RECANTO DA PIZZA

Hummmmm...... pizza..... quem não gosta ???

Em Cavalcante não existe muuuitas opções de bons restaurantes. Existem alguns, então tem que pesquisar. Na primeira noite acabamos indo em um mais popular de frente à pracinha onde não fomos bem atendidos, pois demorou muito, mas muito mesmo para os pratos ficarem prontos, e era daqueles PF, onde eu nem consegui comer tudo. Não estava ruim, mas apenas sem graça, nada digno de um passeio desses, como se fosse um prato comum.


Então, no segundo dia, fomos em uma pizzaria famosa por lá, super indicada: Recanto da Pizza.

O lugar parece ser meio escondido, você entra em um beco sem saída, e entra em uma parte onde existem dois muros meio quebrados ou mal acabados, parecendo que estava abandonado, mas é apenas o estacionamento, e ali está a entrada da pizzaria. O local é muito bonito e aconchegante, ambiente a meia luz, limpo e organizado. Escolhemos uma mesa longa para todos, em cima de um tipo de varanda, ao ar livre (na verdade embaixo de uma árvore). A noite estava muito agradável, não estava frio mas havia a ameaça de chuva.

Adoramos o restaurante. O atendimento foi excelente, as pizzas estavam caprichadas e deliciosas. Foi uma excelente ideia irmos lá, e da próxima vez que voltarmos a Cavalcante, com certeza iramos lá novamente ! No final começou a chuviscar, mas já estávamos de saída, não atrapalhou nada !

Depois, voltamos para a Pousada e acendemos a fogueira mais uma vez, para terminar nossos petiscos e o vinho.